Guerra e Paz, clássico de Leon Tolstói (1828-1910), é considerado um dos maiores romances da história. Maiores mesmo: a versão original tem mais de 1.200 páginas e conta com centenas de personagens importantes. Não à toa, algumas traduções mais atuais vêm acompanhadas de bem fornidas árvores genealógicas que ajudam o leitor a identificar os tipos que aparecem na história que perpassa batalhas épicas e romances ainda mais avassaladores dentro dos salões nobres.
Pois uma versão em quadrinhos lançada pela L&PM Editores (116 páginas, R$ 37) ajuda, pelo menos, a preparar terreno para a densidade do texto original. E, o melhor, a edição cuida muito bem de cada detalhe.
Guerra e Paz é ambientado durante a investida de Napoleão Bonaparte na Áustria. O czar Alexandre I, aliado dos austríacos, enviou tropas russas em apoio. Consequentemente, tornou-se ele próprio um dos inúmeros inimigos do líder e acabou trazendo o exército francês para dentro dos limites russos, ocupação que durou de 1805 a 1820.
Os autores da adaptação para HQ, Frédéric Brémaud (roteiro), Thomas Campi (desenhos) e Fabio D'Auri (cores), se esmeraram e, a exemplo dos colegas editores contemporâneos, preocuparam-se em contextualizar o romance com estudos sobre o autor, a época, os personagens e a obra em si. Também detalham, no fim da edição, as relações dos principais personagens, divididos sobretudo entre as famílias Rostov e Bolkonski (que nada mais são que as representações ficcionais da ascendência de Tolstói, ele próprio um aristocrata de pai e mãe).
A versão em graphic novel mantém questionamentos, preconceitos, fraquezas, conflitos e desejos dos personagens. Trabalho ousado que também merece reconhecimento.
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