Ter, 13 de Dezembro de 2011 08:00
UBERLÂNDIA, TRIÂNGULO MINEIRO - Desde 2005, uma turma de Uberlândia vem apostando em um mercado crescente no país, mas ainda underground. São as histórias em quadrinhos, ou a nona arte, como também é conhecida. Com a ideia de reunir artistas locais e ministrar uma oficina em quadrinhos para a comunidade, o Coletivo O.Q de Quadrinhos já teve cerca de 150 alunos e atendeu por volta de cinco regiões na cidade, além de ter uma revista própria há dois anos.
“O Coletivo O.Q começou há seis anos. Algumas escolas, como o José Inácio, procuraram a gente. Nós precisávamos de uma estrutura física, ou seja, mesas, cadeiras e um quadro. Nós montamos uma turma, que segue por cerca de 2, 3 meses e passamos vários procedimentos para eles, como desenhar um personagem, criar o cenário, fazer o roteiro, enfim, mostramos aos alunos as etapas para a construção de uma história em quadrinho”, afirma o coordenador do projeto, Jimmy Rus.
O curso tem duração de cerca de três meses, com 32 horas/aula. Com o sucesso da iniciativa, o Coletivo conseguiu realizar o maior sonho: publicar uma revista em quadrinhos. “Temos uma revista que surgiu há dois anos, e quem produz o material somos nós do Coletivo e os alunos. Nossa revista é viabilizada via Lei de Incentivo Cultural, que por enquanto, é o único apoio financeiro que nós temos. A revista é vendida por um preço de cerca de R$3,00 em torno de 30 bancas de revistas em Uberlândia. A revista era um sonho do Coletivo. Quando a gente se juntou, nosso grande sonho era fazer uma revista”, afirma Jimmy. Produzir uma HQ é algo que demanda muito trabalho e dinheiro dos envolvidos, mas nem assim o Coletivo desiste de seu sonho. “Nós temos uma média de 44 páginas por revista. A idéia é trabalhar com um preço popular para o público. A revista em quadrinhos é uma coisa cara para se produzir. Estamos tentando fechar algumas parcerias”. Algumas pessoas que passaram pelo Coletivo conseguiram serviços a parte ou alçaram outros vôos, como Antônio da Hora, que hoje trabalho com o chargista Maurício Ricardo.
As revistas são vendidas em torno de 30 bancas pela cidade, a maioria no centro. A nova safra de brasileiros no mercado de hq’s no mundo, que conta com nomes como Rafael Grampá, Fábio Moon, Gabriel Bá e Rodney Buchemi impulsiona novos artistas a se engajarem na nona arte, porém poucos são conhecidos no país. Quem não faz parte do Coletivo mas tem o sonho de produzir um material para hq’s, pode participar do projeto. “Qualquer um que produza história em quadrinho, charge, cartoon, pode mandar para o Coletivo que avaliaremos e publicaremos na revista, mesmo não fazendo parte do grupo. Tem gente que não trabalha com historia em quadrinhos, mas tem algumas revistas engavetadas e manda para a gente, porque ele quer ver a sua história publicada. A idéia da revista também é dar esta oportunidade. Nossa revista é bem eclética, mas evitamos algumas coisas, como palavrões, cenas pornográficas e violência explícita. Trabalhamos muito com ficção e com mangás”, disse Jimmy.
E para quem se interessa pelo assunto, mas não sabe desenhar, ainda há uma esperança. “Não precisa, necessariamente, saber desenhar para fazer o curso. Precisamos de bons roteiristas também, que é algo raro no mercado”, disse Jimmy, que também revela que, para 2012, está fechando uma parceria para comandar um curso nos bairros Morumbi ou Santa Luzia, além de atender aos pedidos de fãs para a venda de camisetas com personagens da revista. Para maiores contatos, acessem o blog oficial do Coletivo O.Q de Quadrinhos (oq-studiun.blogspot.com), ou pelo e-mail revistaoq@yahoo.com.br ou telefone, 8856-7205.
Redação Uipi! / Vinícius Ramos
Imagem: O.Q Studiun / Vinícius Ramos